20111128

Aguiar Mota

Um mês antes das eleições, encontrei e estive a falar com Pedro Mota Soares no metro. Depois das eleições, vi-o na televisão a andar de Vespa.



Agora soube que Mota Soares troca Vespa por carro de luxo. Não vou criticar as razões mas, pergunto, e não seria possível trocar o valor do contrato de aluguer do carro por cupões/refeição para a Santa Casa?

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20111127

O BlackBerry de DSK

Onde está o BlackBerry de serviço do anterior chefe do FMI? Por que motivo desapareceu o aparelho no mesmo dia em que DSK teve a relação sexual com a criada de um hotel francês em Nova Iorque? E será mesmo verdade que o BlackBerry estava a ser interceptado por pessoas ligadas ao presidente da França? O jornalista norte-americano que levanta estas questões, Edward Jay Epstein, não é um novato qualquer. O artigo que escreveu para o "The New York Review of Books" está já a dar a volta ao mundo.




Para acrescentar outros detalhes a este mistério, recordo o que foi dito poucos dias após a detenção do então chefe do FMI e putativo candidato socialista com mais hipóteses de suceder a Sarkozy: A new report prepared for Prime Minister Putin by the Federal Security Service (FSB) says that former International Monetary Fund (IMF) Chief Dominique Strauss-Kahn [photo with Putin top left] was charged and jailed in the US for sex crimes on May 14th after his discovery that all of the gold held in the United States Bullion Depository located at Fort Knox [photo 2nd left] was 'missing and/or unaccounted' for.

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20111123

Saif al-Islam e... Abdullah Senussi. E se eles contam o que sabem sobre Lockerbie?

Manual de Instruções para Golpes de Estado (2)

Mário Soares, fundador do PS (1973), ministro dos Negócios Estrangeiros (1974-1975), primeiro-ministro por duas vezes (1976-1978 e 1983-1985), Presidente da República por duas vezes (1986-1996), eurodeputado (1999-2004), candidato derrotado a um terceiro mandato a Belém (2006) e presidente da fundação com o seu nome, resolveu agora encabeçar um manifesto onde defende que "é o momento de mobilizar os cidadãos de esquerda que se reveem na justiça social e no aprofundamento democrático como forma de combater a crise". No dia 6 de Novembro de 1975, naquele que foi um dos mais importantes debates políticos em Portugal após o 25 de Abril de 1974, o líder comunista, Álvaro Cunhal, olhou Mário Soares nos olhos e explicou-lhe o que era uma revolução: "Uma revolução faz-se por alguém e, naturalmente, contra alguém". E Cunhal concluiu a ideia ao esclarecer que "não se pode fazer uma revolução se os órgãos de poder têm representantes desse alguém contra quem é feita essa revolução". Mário Soares, como bom democrata que é, também fitou o líder dos comunistas nos olhos e retorquiu que Álvaro Cunhal não podia excluir a vontade majoritária da população que votara a 25 de Abril de 1975 para a Assembleia Constituinte e dera apenas 15 por cento aos comunistas, enquanto o PPD de Sá Carneiro - que Cunhal queria excluir da governação - tivera mais de 20 por cento. E o líder do PC respondeu com o exemplo das perseguições aos membros do seu partido nos Açores: "Naturalmente, nestas condições, temos uma fantochada eleitoral nos Açores e depois apresenta-se o resultado majoritário daqueles que recebem os votos. Nós queremos eleições, mas não queremos essas eleições". Nos Açores, nessa mesma noite, fora assaltada, pela primeira vez, uma sede do PS, ao que o líder dos comunistas, sempre arguto, comentou: "O PS soprou bastante fogo anticomunista que ateou um pouco as chamas em que arderam as sedes do PCP, mas, enfim, talvez com a direita reaccionária fascista, dos ELP ao MDLP, de outros sectores, enfim, com a ultradireita, chegue o dia em que os próprios socialistas, que, no momento, parecem inclinar-se, na prática, objectivamente, para uma aliança com as forças da direita, acabem por ser vítimas dessas forças de direita". Álvaro Cunhal sabia que os atentados à bomba vinham da direita. Nessa noite, na Rua da Emenda, José Esteves - o presumível autor da bomba que, cinco anos mais tarde, mataria Sá Carneiro - lançou uma granada chinesa contra a sede do PS enquanto decorria o debate. "Foi Mário Soares quem pediu que fosse atacada a sede do PS", contou-me há dias o autor da façanha. O mesmo José Esteves fora um dos fundadores de uma organização terrorista que ficaria conhecida como CODECO e actuava como braço armado do CDS. José Esteves, quando foi preso pela GNR, a 18 de Novembro de 1975, era motorista de Freitas do Amaral (que esteve coligado com Mário Soares entre 1977 e 1978 e foi depois ministro dos Negócios Estrangeiros do "socialista" José Sócrates). Dias depois da eleição do actual governo de Passos Coelho, Mário Soares encontrou-se com um velho amigo: o ex-embaixador da CIA em Portugal, Frank Carlucci. Responderam com imensos sorrisos aos jornalistas embebecidos que não havia problemas neste nosso jardim, pois a democracia delineada nas águas-furtadas da residência norte-americana à Lapa, em 1975, ainda estava a funcionar. Apesar da subida do PC nas eleições e a descida do PS, o PSD - agora sem o incómodo Sá Carneiro - e o CDS (liderado por um ex-militante social-democrata), assumiam a matemática e previsível alternância "democrática". O 1089. Sendo assim, a próxima revolução não pode contar com Mário Soares, pois é precisamente contra Mário Soares e seus amigos "republicanos" e "democratas" que esta terá de ser feita.

Ver aqui o debate Soares-Cunhal, a 6 de Novembro de 1975.

Reportagem de Mário Crespo, da SIC, sobre o reencontro de Soares com Carlucci...

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20111122

Manual de Instruções para Golpes de Estado

Um golpe de Estado não se anuncia. Faz-se. E, de preferência, a uma terça, quarta ou quinta-feira. Porquê? Para haver tropa. Esta indicação foi-me dada por alguém que já fez um golpe de Estado, Otelo Saraiva de Carvalho. O 25 de Abril de 1974 foi a uma quinta-feira, enquanto a intentona do 16 de Março, nas Caldas da Rainha, foi de sexta para sábado. Por isso falhou. Salgueiro Maia, certa vez, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, foi apresentado ao chefe do Governo durante uma cerimónia militar: "Sr. primeiro-ministro, este é Salgueiro Maia, o homem que prendeu o chefe do Conselho, Marcello Caetano". Maia sorriu e disse a Cavaco: "Prendi sim senhor, e prenderei outro se tal for necessário". Cavaco engoliu em seco, Maia já não está entre nós, morreu de cancro. Cavaco, antigo líder social-democrata, está agora em Belém, na cadeira que foi de Américo Tomaz. O actual chefe do Governo é um ex-dirigente da juventude social-democrata. O ministro dos Negócios Estrangeiros é um antigo membro da juventude social-democrata e o anterior primeiro-ministro, apesar de ser "socialista", ainda chegou a militar na juventude social-democrata. O actual presidente da comissão europeia, o português Barroso, passou pela juventude de um partido marxista e chegou depois a líder do partido social-democrata. A alternância dita "democrática" que hoje temos não é fruto de uma revolução feita a 25 de Abril de 1974, pois temos ainda de recordar outras datas que não são feriados: 28 de Setembro de 1974, 11 de Março de 1975, 25 de Novembro de 1975 e 4 de Dezembro de 1980. Feriados como o 25 de Abril, 10 de Junho, 1 de Dezembro, não parecem fazer sentido nos dias de hoje. Penso que deve-se manter o 5 de Outubro, mas exaltado como data do Tratado de Zamora de 1143 - e que Portugal seja um País onde, finalmente, se celebra a data da sua criação!. E, por fim, que se comece desde já a trabalhar para criar um novo feriado.

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20111107

Crime com castigo é o crime perfeito

O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, foi considerado culpado da morte do cantor e pode ser condenado a quatro anos de prisão. Lembro que Michael Jackson, na altura da sua morte, estava a preparar o espectáculo "This Is It" que iria apresentar na Arena O2, em Londres. Não era um contrato qualquer, pois estavam previstos cerca de 50 espectáculos. Sim: cinquenta (50). O artista norte-americano, ao que parece, não tinha condições físicas e psicológicas para fazer um espectáculo decente. Esse era precisamente o teor do artigo que a revista inglesa especializada em música, "Q", apresentou na capa da edição de Agosto de 2009 e que saiu para as bancas poucas horas antes da morte de Michael Jackson...



"The feature, 'Michael Jackson Unmasked' was written by Cole Moreton. It is a warts-and-all story of how Jackson was lured back to the stage that begins: 'Will he turn up? Will he sing more than a few lines? Can Michael Jackson really survive 50 shows or will his body or mind, both seemingly so fragile, disintegrate under the pressure of it all?'"

Não sei se Michael Jackson foi ou não morto de propósito - assassinado, portanto - para evitar os elevados prejuízos que iriam surgir com o candelamento dos 50 espectáculos por motivos de saúde (creio que com a sua morte, só foram devolvidos os bilhetes de uns poucos que não os quiseram guardar como recordação). Sei contudo, e disse-o logo pouco depois de ter morrido, que Michael Jackson "vale mais morto do que vivo" . Por isso, agora, com esta decisão de culpar o médico de negligência e ter previsto como condenação máxima "apenas" quatro anos, poderemos estar muito bem a assistir ao desfecho do crime perfeito...

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20111101

Faz hoje 98 anos...

... que Corto Maltese foi salvo no Pacífico por Rasputine...


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