20080906

Faleceu hoje a filha do 1º Cabo nº 271 da 9ª Companhia de Infantaria 18

Telefonou-me hoje a minha mãe a dizer-me que a minha avó paterna faleceu esta tarde. Iria fazer 95 anos no próximo dia 4 de Outubro. Vou ter muitas saudades da avó Alda. Quando ela ainda morava na casa de Francos, onde nasci, fui o mais novo de todos os seus netos e isso criou fortes laços entre nós. A história da Alda Augusta terá de ser contada um dia...
Não iria incomodar-vos com uma notícia familiar se não sentisse que há algo que tem de ser partilhado publicamente com quem me conhece pessoalmente e com quem é leitor anónimo deste blog.
A minha avó nunca conheceu o pai, pois este morreu durante a I Guerra Mundial, quando ela tinha apenas 4 anos. António Costa, meu bisavó, era o 1º Cabo nº 271 da 9ª Companhia de Infantaria 18, que, em 1915, partiu para Angola. Fico contente por saber que esta noite vão estar a conversar sobre todos estes anos em que estiveram separados...




Agora, o que eu não posso esquecer e perdoar é a vergonha que foram os seus últimos dias na terra. A avó Alda estava há alguns anos a residir no Lar do Comércio, na Maia. Uma instituição de Terceira Idade com pergaminhos, mas onde a nossa família acabou por descobrir - da pior maneira - que, enquanto os idosos têm saúde e força para, por exemplo, ir cantar as Janeiras à Assembleia da República e tirar lindas fotos são o máximo, por outro lado são mal-queridos quando a ordem natural da vida os atira para a "enfermaria" da instituição. Aí há um novo mundo onde se nota a falta de meios e sensibilidade para lidar com situações naturais da vida.
Não acreditam? Eu também não acreditava, mas o meu pai recebeu esta carta na semana passada que, por si só, é suficientemente elucidativa ...



A Alda Augusta descansa agora em paz. Aconselho-vos a não descansarem enquanto casos como este acontecerem com os que ainda estão vivos.

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18 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Os meus sinceros sentimentos pela avó que não conheci, mas da qual diversas vezes ouvi falar.

06 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Obrigado, em nome dos muitos idosos que muito sofrem com estas injustiças.

07 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Abraço "Fullini",

ZPF

07 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

As minhas sinceras condolências pelo desgosto que acaba de sofrer.

Não tive o prazer de conhecer a Senhora Sua Avó, nem tão pouco conheço o Sr. Frederico Carvalho.
No entanto, permito-me dirigir-lhe o presente, porque nos últimos dias tenho estado em contacto, pessoal e telefónico, com o Pai do Sr., exactamente por causa da carta de " O Lar do Comércio", que também recebi (refere a minha Tia e Madrinha), e que fez o favor de tornar pública, através do seu blogue.

É de facto muito triste, sermos confrontados com atitudes como a que reflecte o conteúdo da referida carta do St. Presidente de " O Lar do Comércio". Quanto a mim, ali ficou expressa a frieza, a ausência de solidariedade social e de bom senso, que julgo ser exigível a quem dirige uma Instituição com os pergaminhos que, de facto, tem " O Lar do Comércio". É lamentável, e constitui uma grande desilusão, ser surpreendido por palavras escritas em nome de uma Instituição prestigiada, que deve ser, e se quer que seja, um organismo de SOLIDARIEDADE SOCIAL.

..." e mantendo o quarto que, em tempo oportuno, lhe foi cedido."

Cedido ? !!! Cedido foi, mas na altura o direito a ocupar o quarto vitaliciamente foi bem pago ao "Lar"! É que dito daquele modo até parece que o quarto foi cedido gratuitamente!

..."Nestas circunstâncias, gostaríamos de informar que...".

"Gostaríamos ?? !!! Perante a situação onde está o gosto ??!!
Até esta expressão é, no mínimo, infeliz !

Independentemente de tudo, as pessoas não são seres descartáveis, não perdendo os seus direitos, só porque estão em sofrimento e/ou porque causam incómodo.
No caso da Sra. S/ Avó, o assunto infelizmente está terminado do modo mais triste. No entanto, a gravidade do sucedido mantem-se dado que situações do género vão, a mais curto ou a mais longo prazo, atingir mais pessoas (residentes do "Lar", que pagaram avultadas quantias para terem direito ao usufruto do quarto enquanto vivas) e, por isso, tudo deve ser tentado para evitar que tal suceda.

Pela parte que me toca vou envidar todos os esforços para defender o que me parece ser justo. Já respondi por escrito à referida carta do Sr. Presidente e estou a agurdar notícias do mesmo. A ver vamos.

Respeitosos cumprimentos.

Carlos Teixeira

07 setembro, 2008  
Blogger astro disse...

Frederico, os meus sentidos pêsames pela perda da sua Avó, por sinal uma rapariga da mesma idade da minha Avó Teresa. Quanto à forma sensível como o lar em causa tratou o assunto, faltam-me as palavras. É simplesmente desumano.

Com amizade,
Sofia

07 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

O meus sinceros sentimentos Frederico.
Lamento imenso.
São duas dores.
A perda e a injustiça.
Parece que os pergaminhos estão "bichosos".
Espero que faça o que estiver ao seu alcançe para impor alguma coerencia nessa instituição.
Quanto á sua avó ,e da parte que me toca , esteja á vontade para contar a sua história.
Com essas idades só podemos aprender.
Beijo.

08 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Sinceros pêsames pela morte da sua avó!
A dor da perda e a dor da injustiça no tratamento!...
Não sei qual será maior! Mas, sei por experiencia própria, que a injustiça traz indignação,e revolta, quando precisamos de paz de espírito e serenidade, para aceitar a grande inevitabilidade da Vida que é a Morte!
A carta do Lar do Comércio, é reveladora do verdadeiro significado que os Idosos têm para essas casas...meramente negócios!
As janeiras em S.bento, e outras actividades, são apenas a propaganda..As pessoas idosas acantonadas em instituições, representam para quem as dirige e administra, apenas um negócio...
Não é só no Lar do Comércio, meu caro, antes fosse!..Em Portugal é muito triste ser velho e "DEPENDENTE".

08 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

As m/ sinceras condolencias à familia da D. Alda,em especial aos Srs. Amadeu Carvalho e netos. Conheci bem a D. Alda, enquanto no L.C. fui director, esta morte vai acompanhada de um desgosto que não tem preço a carta que foi enviada é o testemunho da incompetencia da presente direcção do n/ Lar.
Mas a D. Alda vai ver ser vingada a s/ morte vai-nos dar força para combater os malfeitores que existem a governar esta Instituição que nos foi legada pelos n/ Pais Fundadores.
Que Deus a tenha em eterno descanso. António F S Lima

08 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Frederico,
Um grande bem haja para ti.
jcp

08 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Olá avó,

Sei que partiste e com toda a certeza agora estás em paz.

Paz que infelizmente não tivestenos últimos meses da tua vida. Nos últimos meses deixaste de poder "promover o bom nome do Lar do Comércio" e como tal foste tratada como um alvo a abater, pois já não servias à instituição.

Muito há a dizer sobre o modo desumano como foste tratada pelo actual Presidente do Lar do Comércio da Maia, mas eu sei que aquilo que tu mais desejas e acredita que eu também é que o referido senhor (se assim se pode chamar senhor a esse ser) acabe os seus últimos dias de modo semelhante aos que tu passaste. Acredita que se depender de mim, assim será.

Ficarás sempre comigo.

Um beijo do teu neto querido,

Paulo Carvalho

08 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Já te dei os pêsames por outra via, mas dou por esta também. Grande abraço e força. Não se pode calar a injustiça.

09 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Deviam ter vergonha dos comentários que fazem sem conhecerem a realidade. Como se atrevem a falar de solidariedade ?
Conheço a Instituição em causa e não me parece que seja assim.É lamentável que existam pessoas q deveriam contribuir para a promoção de obras deste tipo e estejam sempre prontos a deitá-las a baixo.

16 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

É verdade.É típico dos jornalistas e de outras pessoas mal intencionadas. Como diz o outro artigo:"Quem não sabe, fala; quem sabe, não fala"

16 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

As "avultadas quantias" q a Sra V/avó pagou cobriram os gastos q a Instituição teve enquanto ela viveu e foi tratada como se estivesse num hotel?

16 setembro, 2008  
Blogger para mim disse...

Caro anónimo, a carta não é nenhuma invenção jornalística. Infelizmente existiu e ainda existe. Quanto ao "hotel" que alude, de facto, creio que teria sido bem mais barato... Pena que não nos tenha lembrado antes e assim pouparíamos o Lar do Comécio ao esforço... P.S. É bom poder deixar comentários anónimos, não é? Até parece que é o presidente do lar a falar com argumentos economicistas...

17 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

O meu comentário n tinha essa intenção. Só me parece q no quente das emoções n estarão a ver tudo quanto devem ver. Quanto ao senhor, ele q diga o q quiser q n o represento nem pretendo

17 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

OHHHHH

22 setembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Lamento as perdas de toda a gente,pois já passei por isso.É lamentavel não só se aproveitarem de quem infelizmente a familia não poder os aconpanhar até aõs fins dos seus dias,como se aproveitam dos apois do estados,lançando cursos financiados para no final naõdarem notas finais para obter o diploma.Por isso agradeço as 1200h com estagio integado que fiz nesta instituiçaõ para nada .è pena o iefp naõ fiscalizar esses apoios.

08 abril, 2010  

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