20030930

"Inclusivé"

- Olha que "inclusive" leva acento no "e"...
- Leva?! Eu costumo escrever sem acento...
- Se calhar dá das duas maneiras...
- Então vou ver no dicionário! Olha lá! Vês? Está sem acento!
- Mas com acento também está correcto. Estou farto de ver isso escrito com acento...
- Espera aí. Vou ver ali no "Houaiss". Afinal, se gastei dinheiro nisto, tem de servir para alguma coisa... Ora, inc, inc..., cá está: Inclusive: "(...) em Portugal, o "e" final é pronunciado aberto (como o de café), lembrança do som dos adv. latinos de adj. da primeira conjugação (us, a, um), que eram abertos; não raro vê-se esta palavra grafada com acento agudo (inclusivé), mas tal uso é uma incorrecção (...)"
-
-
- Pois...
- Pois..


(Se algum dia me perguntarem que livro levaria para uma ilha deserta, responderei os 6 volumes do "Houaiss". Porque é lá que estão todas as minhas palavras).

Viriato

Há muita gente que vê em "Viriato", a peça teatral escrita por Diogo Freitas do Amaral, uma alusão à traição que aconteceu com o autor dentro do seu CDS/PP. Eu não a vejo assim. Vejo antes Viriato como Sá Carneiro (o último patriota), o centurião romano é, definitivamente, o embaixador norte-americano da época. Quem são os traidores? Freitas lá saberá... (Para consubstanciar esta ideia, recordo que a peça que originalmente estava planeada era sobre um ministro da Defesa que tinha de lidar com uma questão de portugueses reféns num país, julgo eu, africano. Em 1980, quando Freitas era ministro dos Negócios Estrangeiros e Adelino Amaro da Costa era ministro da Defesa - Sá Carneiro primeiro-ministro - houve duas crises semelhantes: A dos 52 norte-americanos reféns em Teerão, e que custaram a reeleição de Jimmy Carter - que foi ganha pela dupla Reagan-Bush -, e uma crise com pescadores portugueses, salvo erro, presos pela Fente Polisário, em Marrocos).

20030929

Quero ser milionário!

O "Quem quer ser milionário" está de volta. Há uns três anos, em Fevereiro de 2000, escrevi um artigo para o "Tal&Qual" onde se questionava o facto de conhecidos "papa-concursos" ficarem automaticamente afastados da possibilidade de participarem. Como eram possuidores de elevados conhecimentos de cultura geral, na opinião destes, isso era algo que assustava os produtores que preferiam apostar na ignorância. Meses depois, começava o primeiro "Big Brother" e hoje, o espectáculo já não passa por mostrar conhecimentos (como foi o caso de programas estilo "Casa Cheia"), mas por explorar a mediocridade.
Confesso que me sinto um pouco responsável pelo fenómeno. Explico: seis anos antes, no fim de 1994, tinha sido eu o autor das perguntas do programa da TVI, "Doutores&Engenheiros" (produzido nos estúdios da Miragem, na Senhora da Hora), que, se alguns se recordam, era apresentado pela Mila Ferreira e Nuno Graciano.
Estudantes universitários tinham então de responder a perguntas de cultura geral e registaram-se casos interessantes. Alguns, até posso admitir que foram provocados pelo nervosismo inerente à orgânica do programa. Assim, para mim e para os meus amigos, o rio que banhava Londres ficou para sempre conhecido como o Tâmega e, salvo erro, a capital da Argentina, era o Peru. Mas, o pior foram as perguntas que ficaram sem resposta. Recordo aqui uma muito particular: "Quem é o autor do livro 'Crime e Castigo'?". Não sabiam. Silêncio profundo. Os produtores diziam-me que o programa estava a ficar demasiado longo e que era preciso arranjar perguntas mais fáceis. Eu tentei, mas depressa desistimos. Era escusado, pois havia sempre uma ou outra resposta que estragava a média... Agora, em 1994, aqueles alunos teriam entre 20 e 25 anos. São os jovens de hoje, com poder de compra e que fazem algumas audiências, com 30 e 35 anos...
Por isso, eu proponho desde já um grande espectáculo: Quero ser desafiado! Quero ir ao "Quem quer ser milionário" e quero que me atirem com todas as perguntas que eu algum dia escrevi contra eles e podem até juntar outras da sua autoria! Quero ver se falho alguma que seja! Quem se atreve?! Quem é que na Endemol se atreverá algum dia a fazer um programa de cultura geral comigo?! Vamos! Quantos são? Quantos são?!

Carta aberta a Joel Neto (e a todos os sportinguistas)

Para mim, embora acho que tanto faz, o Sporting mereceu ganhar. Mas apenas porque o Ricardo (que vocês foram buscar ao meu Boavista) decidiu ir lá para a frente quando faltavam 3 minutos para o fim do jogo e o resultado estava 0-0. Até aí, confesso que torcia pelo lado do mais fraco, como sempre foi a minha posição em relação ao futebol (visto que só assim aguento assistir com emoção a um jogo de bola). Depois vi que o Gil estava a apostar no 0-0. Tudo bem, eles vieram à capital e sempre era um pontinho. Mas o Ricardo viu que podia arriscar e foi lá à frente. O Gil não iria contra-atacar. O Ricardo quase marcou no primeiro canto. E ajudou à pressão. Grande golo, de facto, do Tello. Parabéns. Mas, apenas pela coragem e insatisfação do Ricardo. Agora, quanto ao engenheiro, sabes melhor do que eu que, quando ele saiu do Estrela da Amadora para as Antas, até tu serias campeão com aquele FCP. Há uns anos, o FCP tinha o Ivic. O campeonato ia no início e os dragões andavam a engasgar. Foram jogar contra o Salgueiros e o Ivic tinha a cabeça a prémio, mas o FCP lá ganhou, pelo que o treinador jugoslavo "comprou" mais uns dias. E eu disse a um colega do desporto: "O FCP perdeu hoje o campeonato. Mandava embora o Ivic, arranjava outro e ainda ia a tempo de ser campeão". De facto, o FCP só acabaria por o mandar embora mais tarde e lá arranjou outro: era o Bobby Robson, acabadinho de sair de Alvalade. Lembras-te? Não estou a dizer que o engenheiro deveria ir embora. Eu até sou pelos fracos, e pode ser que assim comece a "puxar" mais pelo Sporting...

Matar recordações em Portugal

A Fundação Luso-Americana vai acolher uma conferência internacional na quinta e sexta-feira. Entre os oradores vai estar um senhor chamado Herbert S. Okun. Recomendo que o escutem com atenção. Este senhor foi o número dois de Frank Carlucci em Portugal depois do 25 de Abril. Antes disso, em 1964, também esteve no Brasil. Muitas recordações deve ele ter para matar em Portugal...

Jornalismo e Jornalistas

A revista do clube de jornalistas, "JJ", tem uma crónica de Rogério Rodrigues. Onde, entre outras coisas, diz o seguinte: "Tempos houve em que a cultura jornalística não dispensava três ferramentas: qualidades humanas, cultura geral e memória". Mais à frente afirma: "Hoje, ser jornalista é moda, como ser modelo, actor de telenovela ou amante de desportos radicais. Se tiver nome de filho de algo, muito melhor. Ultrapassa a barreira da precaridade dos contratos de três meses, a ignorância dá-lhe direito ao sucesso, por ausência de mensagem glorifica-se o mensageiro".
Para que conste.

Publicado

Alguém viu? A foto da página 2 no "Público" de ontem? Matosinhos igual a Nuremberg?!

Ausência explicada

Desde o dia 11 de Setembro que estive calado. Não foi nenhuma conspiração, apenas uma coincidência pois iniciara um breve periodo de férias (as férias nunca são longas...). Deveria ter escrito alguma coisa para explicar a ausência, mas sinceramente, a falta de escritos para o blogue começou por não ser planeada. Simplesmente, passou-se o primeiro dia, depois o segundo e, ao terceiro, levantei-me e reparei que ainda não tinha escrito nada e sentia-me bem. Decidi ver se conseguiria resistir sem escrever nada. Nem mesmo a tal nota de explicação. Notem igualmente que, na maior parte das vezes, estive sempre perto de um computador (no Canadá ou em Luanda não faltam computadores) e fui vendo o que se passava. Que discussões faziam a actualidade. E reparei que podiam viver sem mim e que eu podia viver sem os outros. Não houve nada que me interessasse ao ponto de querer quebrar o silêncio auto-imposto. Será que isso é bom?
Não sei. Vi o Pacheco Pereira divulgar o "Muito Mentiroso" na SIC (na realidade, estava a ver o jogo do FCP contra o Benfica na Sport TV quando me telefonaram a avisar para ligar para a SIC...). E depois desligaram a "coisa". Entretanto, fui contacto por várias pessoas que me perguntaram se eu não seria, por acaso, o próprio "mentiroso". Por isso, agora que estou de regresso, quero dizer-vos que não era eu o "Muito Mentiroso", nem faço a mí­nima ideia de quem será. Outro detalhe neste regresso é o meu nome passar a figurar no blogue. Não é que tivesse escolhido ser anónimo, mas como não sabia ainda o que era isto de "blogar" quando o Nuno Perestrelo me explicou como se construí­a um blogue, assim ficara. Agora, para que não restem confusões, a identidade está aí. O blogue tem cara. Pode levar bofetadas e dar a outra face.

Aborto

Certo dia, depois de ter rebentado o escândalo da Casa Pia, disse-me um taxista: "Por isso é que esses senhores eram contra o aborto! Precisavam de 'material' para se abstecerem!".

Prefiro

Gostei do "Inimigo Público", contudo prefiro o "Expresso". Rio-me mais.

20030927

Regressso...

... em breve. Desculpem a ausência.

20030911

Respostas aqui

Vejam o Crítica Lusa. Estão lá as respostas às perguntas que o muito mentiroso não faz.
Esclareço que o mês em que a investigação começou na Casa Pia, em 1982, foi Março. Quanto àquela de marido e mulher e a colher, devo dizer que o assunto foi a notícia que ocupou toda a capa da revista "Nova Gente" (cuja circulação é, em número, comparada com o "Expresso") e que foi colocada à venda cerca de duas ou três semanas depois da detenção de Carlos Cruz.
É um facto público. Tão público quanto a Carla do BB dizer que gosta de fornicar. Eu não queria, mas este foi ao ponto em que quiseram que as coisas tivessem chegado, agora aguentem-se à bronca...

20030910

A benção

Desde que comecei a escrever sobre coisas que ninguém tinha ainda lido, deixei de ser lido. A minha amiga S., que muitas vezes lê coisas que eu não leio, pede-me depois comentários.
Agradeço-lhe, por isso, o envio de mais um contributo para a discussão sobre o tal "muito mentiroso" publicada ontem no "Portugal Diário".
Remeto, portanto, para o texto já aqui publicado durante o dia de ontem, intitulado "Eu não sei mentir".
E ainda acrescento que perguntei a um colega jornalista (com altos cargos de chefia, saliente-se)porque é que no órgão de comunicação social onde ele trabalha não falavam sobre o "muito mentiroso": "Porque não merece credibilidade", foi a resposta.
Ao que eu, imediatamente e por instinto, respondi: "Por isso é que deviam falar nele!". Mas a resposta foi um vazio de silêncio.
Ele lá deve então conhecer mais da história para saber o que é ou não credível. Deve ter investigado. E depois optou por não dizer nada aos leitores que confiam no seu trabalho. E os leitores agradecem a protecção das verdades terríveis que poderiam até merecer credibilidade.
A ignorância, cara S., ainda é e será sempre a benção que nunca deveremos menosprezar.

20030909

E não foi...

... graças ao 25 de Abril que a pornografia foi legalizada?

Sempre achei...

... que o 25 de Abril era um bocado pornográfico.

Postiga...

à Maradona! A Inglaterra foi "comida" outra vez com um golo marcado com a mão. Já é sina!

Eu não sei mentir

A minha amiga S. pediu-me um comentário ao "post" do Alfacinha intitulado "Importante", onde este lança algumas perguntas técnico/éticas sobre a forma como, aparentemente, tem vindo a correr a propagação do endereço daquele blog "muito mentiroso" sobre o caso da Casa Pia.
Ela pediu-me isso porque sabe que eu acabei recentemente de escrever um livro sobre teorias da conspiração que deverá chegar às bancas em Novembro e, um dos episódios, é precisamente sobre o Caso Casa Pia (os outros são sobre o 25 de Abril, Camarate e as relações de Portugal com os EUA durante o "Irangate" - vai lá estar a resposta àquela questão sobre o inquérito parlamentar que nunca existiu e que, inclusive, até já aqui a coloquei aos colegas do Glória Fácil que, desde então, nunca mais me disseram nada. Deve ser desta lepra que também me incomoda de vez em quando...).
Quanto ao "muito mentiroso" (nem sequer é preciso meter uma ligação!...), devo dizer que já percebi: não interessa acabar com aquilo, senão a PJ já teria pedido à "Blogger" em San Francisco para desligar aquela direcção. E não, isso não constituiria uma violação dos direitos da liberdade de expressão, porque simplesmente não haveria ninguém que depois se iria queixar publicamente do mal que lhe fora feito ao seu blogue e à sua liberdade.
Agora, eu próprio já mandei um e-mail para a "Blogger", na qualidade de jornalista, onde perguntei àqueles senhores se já tinham sido efectivamente contactados por alguma autoridade portuguesa para solicitar o fecho do blogue, e qual seria a reacção da empresa caso tal pedido lhes tivesse sido apresentado. Ainda não recebi uma resposta e já lá vão quase duas semanas. Também já contactei o gabinete de Imprensa do ministro da Defesa a perguntar-lhes se estavam dispostos a pedir o fecho do tal blogue. Perente a reacção deles, acho que não vão fazer nada.
No entretanto, JPP "oficializou" a coisa, conforme eu aqui fiz notar, e o semanário "Euronotí­cias" já vai na segunda capa dedicada ao assunto.
Perante isto, acho que o blogue já pode ser encarado como algo banal, onde só falta o "Expresso" mencionar o caso e, finalmente, tornar-se num caso político oficial por completo.
A discussão pode ser iniciada e, para ajudar, sugiro a consulta a um post que já aqui escrevi sobre as perguntas que o "muito mentiroso" NÃO faz.
Aliás, aproveito desde já para avançar que a pergunta 15 do "muito mentiroso", aquela sobre o navio "Apollo", vai ter um desenvolvimento no meu livro. Já estava escrito antes de aparecer no blogue. Mais detalhes, lá para Novembro.
Quanto ao resto das perguntas, estou como o "Bibi": Só falo do que sei. O que não sei, não digo.
E não. Eu não sou o muito mentiroso. Deve ser um outro.

C.

Bem-vindo Litos!

Guardião do 9/11

Já agora, para mais questões sobre o 9/11, têm aqui um artigo do antigo ministro do Ambiente de Tony Blair, Michael Meacher, publicado no "Guardian" no passado dia 6.

E, dois dias depois, chegam as reacções contrárias dos leitores (reparem naquela inevitável reacção que coloca logo o apelidinho da "Teoria da Conspiração"!...) Fascinante, não é?!

Março de 1984

"Penso que tenho condições para ser líder do PSD", Marcelo Rebelo de Sousa, "O Jornal", 30 de Março de 1984.

Em Dezembro de 1983

De acordo com um artigo do "Diário de Notí­cias", em Dezembro de 1983, a estratégia da facção do PSD que não estava ao lado do lí­der Mota Pinto (então ministro da Defesa do governo do Bloco Central cujo primeiro-ministro era Mário Soares), passaria por "levar Marcelo Rebelo de Sousa a primeiro-ministro e propor a candidatura de Freitas do Amaral à Presidência da República".

E nas TV privadas ninguém sabia de nada?

Desculpem a insolência, mas não posso deixar de perguntar: Se os supostos pedófilos da RTP datam dos anos 70 e 80, então não será provável que isso também já se soubesse há muito tempo na SIC ou até na TVI?
É que qualquer uma destas estações privadas foi fundada com antigos funcionários da RTP.
Por exemplo, José Alberto Carvalho era da RTP, e o Rodrigo Guedes de Carvalho também começou a carreira na RTP. E José Eduardo Moniz?
E devem existir nomes de técnicos que calculo que também tenham vindo de lá em 1992. Era na RTP que então se formavam os profissionais de televisão, não era?
Será que só passaram para a SIC e TVI os que eles sabiam que não eram pedófilos?
Como faziam essa selecção? Que critérios deveriam vir no currí­culum?
Pensei nestas coisas quando vi ontem a entrevista de Rodrigo Guedes Carvalho à jornalista Felí­cia Cabrita.

O 11 de Setembro na ficção

Depois do 11 de Setembro, falou-se imenso sobre filmes e livros que já tinham anteriormente abordado a temática. Exemplos de um ataque a Nova Iorque e outro à Casa Branca iam desde o filme "Independence Day" a Tom Clancy, autor de livros de espionagem.

Mas ninguém falou de um filme de 1971 com Sean Connery, "The Man With The Deadly Lens", realizado por Richard Brooks, onde o actor escocês faz o papel de um jornalista que, no fim da história, descobre duas malas com dispositivos atómicos que a CIA colocara no topo das TORRES GÉMEAS, para depois o presidente dos EUA poder declarar guerra contra um lí­der Árabe... Arrebatador!

Outra obra que ninguém abordou foi a Banda Desenhada de Frank Miller e Dave Gibbons, "Give Me Liberty", no qual a personagem principal, Martha Washington, nascida em 1995, assiste ao triunfo de um presidente dos EUA fascista que consegue inclusive mudar a constituição de forma a poder ser reeleito pela terceira vez. Entretanto, a Casa Branca é atacada e morrem todos os membros do gabinete, excepto o presidente (que ficou em coma) e o secretário de Estado da Agricultura, que se tornou assim no legítimo presidente. Até que o outro despertasse.
O novo presidente revela-se um homem de bem e, inclusive, ganha o Prémio Nobel.
Porém, devido a pressões das multinacionais acaba por ceder à  bebida e é manipulado de forma a ter de assinar uma ordem executiva onde decreta um ataque, em solo norte-americano, contra a Nação Apache, e diz mesmo que os militares terão de inventar como pretexto o facto de esses "terroristas" andarem a planear um ataque nuclear contra Washington.
O livro de Frank Miller, publicado em 1990, tem ainda uma outra coincidência: esta ordem foi decretada a 11 de Dezembro de 2011. E devia ser levado a cabo ao nascer do sol... com um ataque de um poderoso raio laser vindo do céu...
A história de Martha Washington continua com a descoberta de que o novo presidente tinha levado a cabo tal acção contra o seu próprio povo, e isso provocou uma guerra civil.
O presidente seria morto na Sala Oval pelos mesmo homens que o levaram àquela situação.
Foi morto com facadas... tal como Júlio César.
Para esconderem o crime, os membros do gabinete fazem depois explodir a Casa Branca.
A solução para pacificar o país foi depois retirar o cérebro do corpo do antigo presidente e elegê-lo!... Arrebatador!
Só que tudo isto é ficção...
Por exemplo, o actual presidente dos EUA, segundo dizem, nem sequer terá cérebro!...

Portugal Hoje

Cada vez que visito o Opções Inadiáveis vejo que está há muito tempo calado. Contudo, acho que ainda assim vale a pena, porque leio sempre o "Convém lembrar que..."
E convém mesmo:
«Se se entende por liberal todo aquele que acha indispensável que qualquer solução política respeite as liberdades e os direitos fundamentais da pessoa humana, sou efectivamente um liberal. Se, por outro lado, se limita a concepção do liberalismo ao campo exclusivamente económico e se tem como liberal aquele que preconiza a abstenção do poder político em relação ao campo económico e ao campo social, nesse sentido não sou liberal. »
Francisco Sá Carneiro, 1971.

Como seria diferente o Portugal Hoje...

20030908

Vida selvagem

Cada vez que assisto ao "BB" lembro-me daquele "cartoon" que vi algures. Era uma toupeira, no seu buraco, sentada à frente da televisão e a chamar a mulher que estava na cozinha: "Depressa querida! A 'BBC - Vida Selvagem' acabou de entrar em casa dos nossos vizinhos!"

Ajudar Bush

Temos todos de ajudar Bush!
Senão Bush ainda se ajuda a si próprio!
E vocês viram o que aconteceu na última vez que ele fez isso...

Alerta no Big Mac

"Vocês estão na rota" - era esta a mensagem, escrita em árabe, que foi encontrada ao lado de uma mala suspeita no "Mac" do Rossio.
Digam lá se não é bom poder confiar nos nossos investigadores?
Vamos dar-lhe mais dinheiro e meios porque, apesar de invisíveis, os terroristas existem e até sabem reconhecer que os agentes secretos portugueses trabalham bem e precisam de mais meios humanos e materiais para poderem continuar na rota.
Ajuda hoje e amanhã serás ajudado.

Deixa-te estar

está frio?
aquece-te
ou deixa-te
estar
arrefece-te
e deixas de pensar
e vês que já não faz frio

As perguntas que o muito mentiroso NÃO faz

1 - Quem era o primeiro-ministro em 1982, ano em que a secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, deu à PJ os relatórios da Casa Pia onde figurava o nome de Carlos Cruz?

2 - Quem era então o ministro dos Negócios Estrangeiros quando a PJ começou a investigar o diplomata português Jorge Ritto?

3 - Quem é o dono do semanário que denunciou o caso em Novembro do ano passado?

4 - Quem é o dono da televisão privada que negociou o rescisão de contrato com Carlos Cruz na véspera dele ser preso?

5 - Quem era o marido da mulher que viveu com Carlos Cruz nos anos em que o apresentador esteve em Nova Iorque?

6 - Porque ninguém faz estas perguntas?

20030907

A onze

Daqui a uns dias cumprem-se dois anos sobre o 9/11.
Deixo umas perguntas para reflexão:

1 - Se tivesse sido só um avião a bater numa das Torres Gémeas, será que haveria tanta certeza de que aquilo tinha sido um ataque terrorista? (O próprio presidente Bush confessou que, momentos antes de entrar na sala de aula onde iria ler um conto infantil, viu imagens da torre a arder e pensou que tinha sido um acidente).

2 - Como é que se explica que o segundo avião tenha andado 18 minutos fora de rota, quando o primeiro já tinha chocado contra uma das torres? Não havia um plano de defesa aérea para Nova Iorque?

3- Sempre que olho para as imagens do Pentágono não consigo imaginar ali um avião. Por mais que me esforce não consigo mesmo imaginar um boeing ali despenhado. Onde está ele? (Sim, já vi aviões de perto e também visitei Washington e vi o Pentágono.)

4 - O que diziam os papéis secretos que George W. Bush recebeu no seu rancho do Texas sobre os planos da al-Quaeda, a 6 de Agosto de 2001, sensivelmente um mês antes do ataque?

5 - Já agora, onde está Bin Laden?

6 - E, onde pára Saddam Hussein?

7 - Quem ainda se lembra do discurso de Kofi Annan, no início de Setembro de 2001, na cimeira anti-racismo em Durban, na África do Sul?

Junta-te a eles!

Ao ver há dia o "Big Brother 4" ouvi a apresentadora Teresa Guilherme explicar que os concorrentes iriam ao confessionário, um a um, dizer quem era a pessoa que gostavam menos. Essa pessoa seria depois o primeiro líder.
É um pouco perverso este pensamento: Escolhe quem gostas menos e esse será o mais beneficiado.
O líder tem depois direito a um quarto para si mesmo e pode convidar quem quiser.
Como evoluiu este "Big Brother" em relação aos anteriores...
As técnicas de manipulação dos sentimentos humanos está tão bem desenvolvida que o sexo entre concorrentes era apenas uma questão de dias...
Houve vozes que tentaram avisar que era anti-constitucional privar as pessoas das suas liberdades, mesmo que fosse com o consentimento das próprias (o dinheiro fala mais alto). Os jovens que concorrem não têm culpa. A televisão que emite o programa não tem culpa e a produtora que o imaginou também não tem culpa. A culpa também não é de quem vê. Ninguém tem culpa de nada. Mas existem leis que protegem pessoas da invasão da vida privada e da exploração das imagens íntimas e da exposição pública. Mas, por dinheiro, há quem esteja disposto a abdicar disso.
Então porquê preocupar-me? Porquê chatear-me a pensar se o grande arquitecto está ou não a violar alguma lei ao escrever aquilo? Para quê descer a Avenida da Liberdade com um cartaz a dizer "Não em meu nome", quando os que depois discursam já não contam para nada e, quando contavam, fizeram o que quiseram em nosso nome...
Para quê tentar vencê-los? Não é melhor juntar-se a eles?

Outra vez em "Quando"

Em resposta a um post de Joel Neto decidi criar aqui um “Observatório do Quando”, ou seja, registar as reportagens em revistas que começam com a palavra “Quando”. Não é que seja errado o uso do “Quando” para iniciar um texto, contudo, quem escreve e faz disso a sua profissão sabe bem que, ao olhar para a página vazia, colocar ali um “Quando” a abrir o texto é a maneira mais prática de iniciar uma reportagem.
O “Quando” é óptimo: coloca-nos logo no centro da acção, leva-nos para o tempo exacto do momento escolhido, evita outras descrições mais atrapalhadas. Dali para a frente é só escrever. Por isso é fácil. Por isso é que salta à vista. E é por isso é que me esforço por não o usar, porque, no dia em que o usar, é porque saberei que não havia outra forma de começar a reportagem. Era ela que assim o pedia.
Serve esta introdução para explicar a quem só agora aqui chegou que, esta semana, em três revistas consultadas (escolhi revistas de informação, semanais ou mensais, porque são espaços onde a escrita deveria ser mais cuidada devido ao tempo de preparação e dedicação do jornalista que tem brio no texto que assina) existem realmente vários textos começados com o “Quando”:

1 - Visão: dois textos – página 45, num exclusivo Visão/Time, o jornalista Aparisim Gosh, começa o texto “Terror num altar” da seguinte maneira: “Quando a bomba rebentou...”
Pág. 72 – “Anatomia de um golpe”, texto sobre a Casa Pia assinado pelos jornalistas Paulo Renato e Tiago Fernandes, que começa assim: “Quando, na última sexta-feira, 29 de Agosto...”
Ainda sobre a Visão desta semana, não sei se os títulos poderiam contar para registo do “Observatório do Quando”. Se acham que também deveriam contar, então há ainda mais casos: pág. 13, Miguel Carvalho assina uma entrevista ao escritor Luis Sepúlveda intitulado “Quando Lennon venceu Lenin”. Pág. 21, pequeno texto não assinado (mas representativo da facilidade de arranjar títulos), “Quando o ar mata”, e, por fim, na pág. 86, num texto assinado por Rita Montez, o título é “Quando o saldo é patrão”, onde se fala sobre a crise económica e as agências de viagens.

2 – Grande Reportagem : O próprio director, Francisco José Viegas, na pág. 26, inicia assim o texto sobre a morte de Roberto Marinho: “Quando Nelson Rodrigues adoeceu...”.
Na pág. 48, Pedro Almeida Vieira, no pequeno texto sobre o engenheiro agrónomo Francisco Castro Rego, começa desta forma o texto “Um craque na floresta”: “Quando aos 24 anos...”.
Nota: A Grande Reportagem é uma revista cuidada. Bom papel e bons jornalistas, por isso é que quando há lá uma mínima falha (que nem sequer basta ser uma falha, mas apenas uma “curiosidade”), salta-nos logo à vista: Pág. 23, dois dos três textos (“O mistério das auto-estradas” e “Liga de super”), começam precisamente da mesma maneira e com uma "muleta" não menos desprestigiante quanto o "Quando": “Se há...”.

3 – Expresso: Depois de alguns exemplos anteriormente aqui referidos é sempre bom constatar que a revista "Única" não me pareceu ter nenhum caso de "Quando". Nem em títulos. Há lá um "Quando" num destaque, mas também não quero que depois digam que estou a exagerar. Agora, uma outra revista do Expresso, a "Actual", tem lá dois casos. O primeiro é na pág. 46, num texto assinado por João Lisboa que, na entrevista a Lloyd Cole, tem no "lead" o "Quando". E, na pág. 60, num texto sobre faróis, Nuno Crato também não deixou de começar um texto com o "Quando".

Saliente-se que nada tenho contra o uso do "Quando" e não quero criticar ninguém. O propósito deste "Observatório" é não ter propósito. Quem quiser continuar a usar o "Quando", está à vontade. Mas não o vulgarizemos.

20030906

A tributo

à tua frente
o carreiro de formigas
e não consegues passar
não sabes amar
e mandas matar
usas o mafu a tempo
nas formigas à tua frente
e não te chamas presidente
nem hoje é 11 de setembro

(Anónimo Sec. XXI)

20030904

Para memória futura (a propósito das armas de destruição maciça)

in Diário da Assembleia da República.

"o Iraque deve demonstrar por actos, e não por uma mera repetição de palavras, que desistiu dos seus propósitos de desenvolver armas de destruição maciça. Estas são, pela sua própria natureza, uma ameaça global que deverá ser contrariada por uma resposta global".

"Portugal deve ter uma posição intransigente contra um regime como o Iraque que promove armas de destruição maciça".

"(…) a posição de Portugal, em nome dos princípios da segurança internacional e da democracia, não podia ser outra que não fosse a de ajudar os seus aliados, na medida das suas possibilidades, na neutralização de uma ditadura que ameaça o mundo ocidental com armas de destruição maciça (…)".

Armas de destruição maciça

O Bloco de Esquerda, através de Luís Fazenda, exigiu ontem na Assembleia da República que o primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, vá lá explicar-se "sobre o facto de ter afirmado que viu provas de que o regime de Saddam Hussein detinha armas de destruição maciça e por isso apoiou a invasão anglo-norte-americana do Iraque", conforme li no "Público".
Será que o deputado do PS, Vicente Jorge Silva, antigo director da revista do "Expresso" e "Público", também estaria disposto a pedir um inquérito parlamentar sobre esta questão, à semelhança do tal inquérito parlamentar que nunca houve sobre o envolvimento de Portugal no tráfico de armas no caso "Irão-Contras"?

20030903

Ser de direita ou esquerda?

Serei eu de direita ou de esquerda? Ou estarei ao centro?
Acredito na propriedade privada e no justo pagamento pelo trabalho produzido. Gostaria que houvesse um mundo sem classes, com educação e saúde gratuita. Gostaria que todos andassem com carros de luxo e tivessem casas com piscina. Se isso ocupar muito espaço, então não me importo de dividir os espaços públicos.
Não me importava não ter direito a ter carro, desde que, se eu quisesse deslocar-me na cidade, os transportes fossem rápidos, limpos, seguros e existissem, pelo menos, de três em três minutos.
Sou a favor da abolição dos carros e digo que se quisesse ir de Lisboa ao Porto, ou ir passear pelo interior, puder-se-ia alugar um carro a um preço mais barato durante três dias, com hipótese de renovar o aluguer por mais três dias.
Quem é que vive em Lisboa e quer ter carro?
Porque é que os carros não são todos iguais, movidos a electricidade ou água, sempre com as portas abertas de maneira a que eu pudesse conduzí-lo até ao meu destino e deixá-lo nas mãos de outra pessoa e assim sucessivamente?
Sou desprendido de bens materiais. Só preciso de um DVD, computador portátil, frigorí­fico, fogão ou micro-ondas. Não preciso de luxos desde que possa ir ler um livro à  praia, comer no Gigi, e não pagar 5 euros para estacionar o carro na Quinta do Lago.
Mato-me a trabalhar para pagar a renda de casa. Mas, se as casas fossem de graça, será que valia a pena trabalhar ou ficávamos pela troca directa?
Acho que o petróleo é um mal. Os EUA deviam inventar uma energia alternativa e assim deixavam de ficar dependentes dos malandros terroristas que controlam os países cheios de ópio e ouro negro. Deste modo, acabava-se com as guerras e só fazíamos amor livre. Se calhar andávamos de sandálias e serí­amos carecas.
Não precisamos de políticos profissionais. Precisamos de um Estado regulador, mas com pessoas. E precisamos de pessoas que sejam como as pesssoas.
"Imagine"...
Serei de direita ou esquerda?
Quem sabe o que eu sou, se nem eu sei o que já sou?
P.S.(B.) Serve assim?!

Chove em Santiago

- Já sabes? Vão-se cumprir 30 anos desde que a CIA planeou o 11 de Setembro...
- Está a gozar? Mas isso só foi há 2 anos!
- Esse ainda não! Estou a falar do Chile!...

Muito Mentiroso

Li há pouco no "Extravaganza". Foi corajoso e directo ao assunto: para quê negar a menção ao link do Muito Mentiroso? Reconheço que, no iní­cio, assim que vi alguns "links", tí­midos e dissimulados (o que vi primeiro foi no "Desejo Casar"), escrevi aqui um texto a falar de desinformação, sem nunca mencionar de que blogue estaria a falar.
E avisei que aquilo era um crime. Os senhores lá de San Francisco, quando criaram isto dos blogues, queriam promover a liberdade de expressão e não a liberdade de difamação.
Só que, no mesmo dia em que o semanário "Crime" publicava a morada, o JPP "oficializava" a coisa. E isso viu-se depois na sexta-feira, quando o "Euronotí­cias", a coberto da legitimidade polí­tica que fora completamente aberta por JPP, fazia uma primeira página com o assunto. Não me digam que ele, ingénuo, não estava mesmo à espera de uma coisa assim...
Agora, não vale a pena negar.
Ele aí­ está e pode começar a ser debatido.
Mas, para já, não me apetece fazer.
Porém, também tenho umas perguntas:
1 - Se dizem que Carlos Cruz está inocente e sabem quem está por detrás disso, porque não o disseram logo no dia em que ele foi preso? Há factos ali que já eram conhecidos há muito tempo e não datam depois da detenção do apresentador.
2 - Acham então que, quase um ano depois, é a melhor altura para a descoberta da verdade, ou trata-se precisamente de começar a semear a tal confusão que nos vai fazer a todos querer esquecer rapidamente a história?

Curiosamente...

... o Glória Fácil nunca mais falou do Arons de Carvalho e na "liberdade de expressão" (ver aqui o dia 24 de Agosto). Está aí a prova de que, afinal, até há liberdade de não se falar do que não se quer falar. Querem melhor prova de liberdade do que esta?

O pedido

Não sei se já viram um curto desenho-animado que, mais uma vez, passou no canal Hollywood, na TV Cabo.
É a história de um homem, muito pobre, que nada tinha e a quem, certo dia, apareceu um diabrete que lhe disse: "Pede o que quiseres e ser-te-á concedido o desejo. Mas lembra-te: tudo o que pedires, o teu vizinho terá no dobro. Tens até amanhã para tomares uma decisão. Pensa bem".
O homem fica então a pensar: "Vou pedir uma boa colheita. Mas, o meu vizinho vai ter uma colheita duas vezes maior e ainda vai conseguir produzir mais e vender mais barato. Não. Vou pedir um negócio de venda. Só que o meu vizinho vai ter dois negócios e vai-me fazer concorrência e lá se vai o meu negócio. Ouro. É isso! Vou pedir ouro. Mas, o meu vizinho, que nunca fez nada na vida, vai receber duas vezes mais ouro... E uma mulher? Preciso de uma mulher linda. Porém, o meu vizinho vai ter duas mulheres duas vezes mais lindas que a minha e eu vou ser obrigado a vê-las passar por mim todos os dias..."
A noite passou e, de manhã, lá apareceu o diabrete a perguntar qual seria o desejo: "Então? Já te decidiste?", perguntou.
E a resposta foi: "Sim. Já sei o que quero... Arranca-me um olho!"

Direita, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda

"Foi no dia em que dois aviões destruí­ram as Torres Gémeas de Nova Iorque que eu descobri que era de direita. Para ser exacto, não foi precisamente nesse dia: as minhas convicções políticas foram-se formando a partir da acumulação das opiniões publicadas sobre o 11 de Setembro, e em larga medida por reacção aos textos, quase todos eles vindos da esquerda, em que o segundo parágrafo começava por 'mas'."

Este foi o iní­cio da crónica de ontem no "DN" de João Miguel Tavares, "O segundo parágrafo".
Segundo parece, o colunista deve ter sensivelmente a mesma idade que eu tenho. Pertence à chamada "Geração de 70".
Não sei o ano da sua "colheita". Quanto a mim, calculo que, ao ter nascido em Agosto de 72, sou fruto de uma concepção realizada entre Novembro ou Dezembro de 71, altura em que era Marcello Caetano quem mandava e pensava-se que a Primavera iria ser bonita.
Foi em 1972 que Sá Carneiro, por exemplo, convidou Spí­nola para ser candidato à presidência da República contra Américo Thomaz, para depois conseguir a demissão de Caetano e Portugal rumar para a Democracia. Foi nessa altura que Balsemão sonhava em fundar um semanário.
Se calhar, quando eu nasci, tinha mesmo de ser de direita, apesar da minha família não ser constituí­da por empresários. Nunca dissemos que "perdemos tudo com o 25 de Abril", porque também nunca tivemos muito (se calhar nem sei o que perdi, porque nunca cheguei a tê-lo).
Mas não havia sentimentos de esquerda. No Porto, no Norte, no seio da classe média-burguesa, reconheço o meu pecado: tive uma infância feliz.
Quando me fiz jornalista e olhei à minha volta reparei que tinha de pautar por uma coisa chamada insenção. Sempre votei no mesmo partido, mas nunca quis confundir as coisas.
Reconheço que poderá haver ao longo do meu blog citações ou ideias que parecem ter sido retiradas de um qualquer livro de um indiví­duo de esquerda. Só que isso não me parece ser suficiente para aferir o meu grau político.
Confesso que nunca pretendi confundir jornalismo e factos com opiniões políticas. Aliás, gosto de pensar que, quando falo com alguns políticos, os sociais-democratas do PSD julgam que eu sou do PS, os socialistas podem supor que pertenço ao PCP e os comunistas acham que eu sou um infiltrado dos cristão-democratas do CDS/PP. Os do CDS/PP, esses, desconfiam que sou do Bloco de Esquerda e estes ultimos acreditam que sou CDS/PP. e nem me esforço para tal: estas coisas acontecem-me naturalmente.
Quero dizer que, depois de ter lido aquelas palavras de João Miguel Tavares, digo que no dia 11 de Setembro também descobri a minha inclinação política. Descobri que é a mesma de sempre. Desde o primeiro dia. Só que agora está ainda mais reforçada. Contudo, não é a mesma ideologia com que nos querem fazer pensar que é aquilo com que eu verdadeiramente comungo.
Não percebem? Se não percebem, também não vale a pena estar a explicar.
Quem já percebeu, é só para dizer que este meu texto foi escrito para ficarem a saber que não caminham sozinhos na terra e que, qualquer dia, a verdade virá ao de cima.